Você provavelmente já ouviu falar da frase “mens sana in corpore sane” ou “mente sã, corpo são”, mas você já parou para pensar sobre o significado dessa frase?
É comum separarmos a saúde mental da saúde física, como se fossem coisas completamente distintas, porém, quando consideramos a saúde em geral, as duas devem estar sempre juntas. Quando a saúde mental está prejudicada, a saúde do corpo também é afetada, e vice-versa. Os cuidados para o corpo e mente há muito tempo vêm sendo discutidos separadamente, quando na verdade estão totalmente ligados.
Existem certos padrões de vida que podem afetar ou serem benéficos à nossa saúde. Esses fatores podem influenciar tanto a saúde física quanto a mental, exemplos são as dietas, atividades físicas, fumar etc. Existem até doenças que afetam diretamente a saúde do corpo, porém causam instabilidade mental, como a psoríase.
Os pacientes acometidos por diversos tipos de distúrbios de pele, como a psoríase, sendo mais de 5 milhões de brasileiros, tendem a desenvolver problemas relacionados à saúde mental, já que sofrem preconceito, humilhação e bullying, o que leva essas pessoas à exclusão, ao isolamento social e, consequentemente, à depressão, à ansiedade e/ou ao estresse.
Por outro lado, existem fatores que causam problemas psicológicos ligados à autoaceitação e à autoimagem, que podem alterar o funcionamento natural do corpo, e, a partir disso, comprometer a saúde física. A indústria sempre pregou a ideia de padrões de beleza, principalmente entre as mulheres, pois é uma forma que esse sistema tem de lucrar em cima de produtos para modificação de alguma parte do corpo ou rosto. Esses padrões tornam-se cada vez mais impossíveis de alcançar, mas aparecem na mídia sempre, retratando uma forma de corpo e rosto manipulado e não saudável, nem para a saúde física nem para a mental.
As pessoas começam a se cobrar, a se culpar, por não conseguirem atingir o que veem diariamente na mídia, entram em dietas absurdas e tomam medicamentos em excesso para se encaixar em algo que não existe. Começam a surgir problemas psicológicos, como distúrbios alimentares, depressão, ansiedade, entre outros, estes afetam de maneira direta o funcionamento do corpo e a saúde física.
Existem dados que mostram claramente a relação desses dois fatores, saúde mental e saúde física. Condições mentais como, por exemplo, a depressão, podem aumentar riscos e causar outras doenças. Um exemplo é a chance de morte por doença cardíaca, que pode aumentar em até 67%, e o risco de óbito por câncer, que aumenta em 50%.
Então, o que você pode fazer para não comprometer a saúde do seu corpo? Existem práticas que podem ajudar a manter a saúde do corpo e da mente, como por exemplo o exercício físico, que além de mantê-lo fisicamente saudável, causa uma sensação de bem-estar. Segundo pesquisas, a liberação de uma substância que causa essa sensação no cérebro, chamada endorfina, é influenciada pela prática de atividades físicas.
As dietas saudáveis e equilibradas também ajudam no funcionamento do corpo e da mente, prevenindo doenças como Alzheimer e depressão. É importante reforçar que a dieta deve ajudar, e não piorar a situação, deve conter as quantidades necessárias de carboidratos, lipídios, sais minerais, proteínas entre outros nutrientes. O mais recomendado é ir para um profissional da área de nutrição e seguir suas recomendações.
E, claro, a ajuda de psicólogos, psiquiatras entre outros especialistas da área. É sempre importante o acompanhamento deles, até em casos de incômodos físicos não especificados, pois há a possibilidade de eles terem sidos causados por uma questão psíquica não trabalhada.
“Já é sabido que a mente interfere no corpo, basicamente o que existe é que, por exemplo, o estresse, a ansiedade, a depressão, têm efeito diretamente sobre as células, através de vários sistemas e também através da mudança de comportamento [...], então, com certeza, cuidar da cabeça, cuidar da mente, é uma das formas de ter uma vida mais saudável, não só para câncer, mas para a prevenção de várias doenças crônicas, cardiovasculares e outras” diz o neurologista do comportamento Alexandre Ghelman.
Mariá Lima e Marina Troccoli