Desde pequenos, somos condicionados a achar que nossas reações, até as negativas, são irracionais, que toda reação negativa deve ser fortemente reprimida. Contudo, especialmente na formação cognitiva e relacional de cada criança, é preciso acolher emoções na busca de entender como o corpo se expressa e o que cada uma dessas ações quer dizer. A Psicologia Relacional trabalha nesse sentido. Por trás do que parece agressivo, pode haver algo essencial a ser compreendido. À ela, cabe desenvolver processos, propor atividades que proporcionem o autoconhecimento e o bem-estar de cada um, de cada uma e do grupo como um todo. Professores e estudantes ensinam, aprendem e trocam mais e melhor assim.
Gostaria de aprofundar sobre o que é a Psicomotricidade Relacional e como ela é instrumento essencial ao amplo crescimento do seu filho e da sua filha? Continue a leitura. Saiba mais sobre as abordagens do construtivismo, da psicologia infantil e adolescente, de como as escolas podem auxiliar no processo de aprendizagem e de formação de cidadãos. Potencializar as inteligências cognitiva e emocional e beneficiar a construção da subjetividade.
O que é Psicomotricidade Relacional abraça?
Nem sempre é fácil acessar e traduzir o carrossel de sentimentos que residem no interior da criança e do adolescente, mas entender isso pode ser a porta de entrada para significativas questões relacionais do estudante. Nessa confluência, o corpo docente presente nas instituições de ensino possui um conjunto potente de atividades dispostas a estimular a expressão desses sentimentos, a investigar as manifestações espontâneas para assimilar o que pode ser trabalhado, aplicar abordagem adequada e chegar a resultados benéficos.
O objetivo é propiciar uma vivência corporal consigo mesmo (a), com o outro e com os objetos ao seu redor para construir autoconhecimento e conhecimento ampliado.
Em sua abordagem analítico-comportamental, a Psicomotricidade Relacional é um precioso recurso para trabalhar a educação socioemocional. A metodologia e dinâmica consistem em, de maneira preventiva, incentivar alunos e alunas a expressarem o que sentem e o que nem percebem que sentem. Por meio de seus corpos e dos objetos que estão dispostos no ambiente. Para compreenderem sua relação com o espaço, as formas e a maneira como seus afetos são expostos em resposta a cada atividade e estímulo.
Assim, podemos conceber a Psicomotricidade Relacional como a ciência que busca compreender as relações psicoafetivas de cada indivíduo, investigar os conflitos relacionais e caminhos para solucionar distúrbios comportamentais, sociais, emocionais e cognitivos.
Como essa prática auxilia durante o processo de aprendizagem?
A Psicomotricidade é a relação entre o corpo (somático) a mente (psique) e a afetividade. Pilares para a construção de todo ser humano sociável. Nessa perspectiva, o processo de aprendizagem aparece como algo bem mais complexo, com amplitude para além da absorção de conteúdos didáticos.
Todo processo passa por influências que nem sempre podem ou devem ser controladas. Antes, precisam ser entendidas e trabalhadas numa abordagem acolhedora, confortável e eficaz. Logo, compreender as emoções do(a) aluno(a), criar uma forma de abordagem empática, que enxergue suas relações sociais com os demais indivíduos, são práticas essenciais desde a Educação Infantil.
O trabalho da Psicomotricidade Relacional é desenvolvido por meio de jogos espontâneos, ou seja, realizados de forma que não haja influência. Esse ambiente livre é construído para possibilitar que o fluir genuíno e a psique das crianças e dos adolescentes possam ser expressas com legitimidade. A compreensão respeitosa da riqueza desse repertório acessado traz imensuráveis avanços na aprendizagem.
Para André e Anne Lapierre, reconhecidos como pai e mãe da Psicomotricidade Relacional, seus princípios praticados estimulam a criatividade, apoiam o desenvolvimento da personalidade e do equilíbrio emocional. Fatores que influenciam diretamente, na relação do(a) estudante com a apreensão dos conteúdos e conhecimentos mais diversos. Desse modo, é possível construir um ambiente seguro, apropriado para a valorização das potencialidades, o aumento da autoestima e a superação das dificuldades socioeducativas inerentes à vida dentro e fora da escola.
Parece importante ressaltar que, ao contrário do que possam pensar e adotar como verdade absoluta, mesmo a agressividade pode ser um indicativo positivo e amplificador da compreensão. Das mais fortes maneiras de expressão, o que envolve os manifestos agressivos não trazem à tona relevantes emoções e reações corporais. Repertório significativo, percebido na forma como a criança e o adolescente reagem consigo, com os outros ao redor e nas ações tomadas a partir do estresse causado em ambientes onde limites são estabelecidos.
Resultados positivos da Psicomotricidade Relacional nas escolas
Tratada com atenção especial nas escolas, pelo viés da Psicomotricidade Relacional, a inteligência emocional passa a ser uma forte aliada do processo educativo e construtivo das crianças e dos adolescentes. Capaz de facilitar a absorção de conteúdos no ensino didático, ampliar a criticidade e a criatividade para maior e melhor absorção cognitiva.
Posto isto, o papel da Psicomotricidade Relacional no na aprendizagem é, principalmente, gerar vivências e ações que possibilitem a externalização dos sentimentos. Em consequência, trazer para dentro da sala um ambiente leve e acolhedor. Onde os estudantes, mais relaxados, tenham vontade de expressar seus afetos, desejos e indignações. De um jeito saudável. A construção da conquista desse equilíbrio é fundamental. Do início da Educação Infantil ao final Fundamental II. E tende a permanecer por toda a vida.
Outros apertos notáveis, resultantes do investimento na Psicomotricidade Relacional, são o aumento da concentração, da memória e da produtividade da criança e do adolescente. Essas ampliações ocorrem porque as questões exploradas, acolhidas e compreendidas potencializam o rendimento cognitivo e aproveitamento da experiência escolar do aprendiz.
A metodologia de ensino também possibilita que os educadores sejam mais capazes de distinguir e entender as nuances de cada aluno e aluna. Perceberem melhor suas potencialidades e trazerem à prática seus talentos. No Ensino Fundamental 2, por exemplo, é possível trabalhar também a comunicação mais eficiente a ser tomada entre pais e filhos. O que aumenta a qualidade das relações familiares e fortalece a autoestima dos estudantes para crescerem com autonomia e cooperação..
No Recife, em ambientes de colégio particular com proposta construtivista, a Psicomotricidade Relacional espalha a criatividade de suas possibilidades em brincadeiras, coletivas e individuais. Bambolês, cordas, tecidos, fantasias e toda sorte de materiais lúdicos são exportados como suportes para livre expressão. Inseridos em espaços sem amarras, crianças e adolescente são levados a confrontar suas ansiedades, receios, compulsões, afetividade espontaneidade, impulso criativo e agressividade positiva.
Os vínculos emocionais e relacionais estabelecidos são observados e conduzidos para o conhecimento aberto: de si mesmo, da sua relação com o coletivo e de suas reações a influências externas. Com isso, são criados conflitos entre o que está dentro e fora da criança ou adolescente: É nesse momento que sua sociabilidade é percebida com maior atenção.
A metodologia aplicada apresenta desafios que impulsionam os estudantes a buscarem soluções e interações criativas. Atuações que constituem repertório cultural e educativo. Através de alternativas que fogem do ensino tradicional e que possibilitam práticas focadas no entendimento psíquico-relacional do seu filho e da sua filha. Não é isso que proporciona bem-estar e qualidade de vida? Conheça um pouco mais sobre o tema na abordagem construtivista.
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